ara o utilizador final talvez seja a "coisa mais natural
A operação continua a ser a mesma,
do mundo". Mas toda esta operação "esconde" um
simples, quase instantânea e sem grande
conjunto variado e alargado de processos e o
esforço: rodamos a torneira e das condutas da EPAL (Empresa Portuguesa das Águas
Penvolvimento de muitas entidades. Hoje, fazer a
água chegar às nossas torneiras será mais fácil do
que antigamente mas, em simultâneo, também aumentou a
Livres) a água jorra como por milagre. É
complexidade desta operação, e o resultado final, embora con-
assim desde o século XIX. E, esperamos,
tinue a ser o mesmo, melhorou substancialmente, visível naqualidade da água, na rapidez com que chega, na sua regulari-
assim continue por muitos e longos anos.
dade e na sua quase permanente disponibilidade. Questõescomo a segurança, a qualidade ou o serviço ao consumidor,entre outras, para além das próprias exigências relacionadascom a gestão da EPAL enquanto organização, vieram colocarnovas necessidades e novos e mais complexos desafios aosresponsáveis da companhia. Hoje, na EPAL, os sistemas deinformação e comunicações, e as tecnologias que os suportam,tornaram-se quase tão vitais para a empresa funcionar ecumprir a sua missão de serviço público, como as próprias con-dutas por onde a água corre e que chega às nossas torneiras,num total 1900 Kms e servindo cerca de três milhões de pes-soas de vinte e cinco concelhos desde Ourém até Sintra.
Foi precisamente pensando na necessidade permanente de
melhorar o serviço a prestar ao consumidor e na procura deuma melhor gestão de toda esta operação, que a Direcção deSistemas de Informação da EPAL, através da sua Unidade deInformática responsável pelos Processos Industriais associadosà distribuição da Água, sentiu a necessidade de saber se a infra--estrutura de comunicações poderia responder ao futuro. Comoexplica Paulo Rodrigues, Responsável por esta Unidade, "pen-sámos a rede como uma infra-estrutura que disponibilizasseserviços não só para o sistema de telegestão, o que aconteciaaté então, mas para toda a empresa e tendo como base asnecessidades futuras. No fundo colocámos a questão de pos-suir uma infra-estrutura de rede capaz de prestar multiserviçosde suporte a todos os processos abrangidos pelo negócio daEPAL".
Tudo começou há cerca de dois anos quando a EPAL pro-
cedeu a uma renovação da solução de software de telegestãoque geria os dois centros de distribuição da empresa. "Nessaaltura", conta Paulo Rodrigues, "trocámos a solução SCADApelo package australiano CITECT, um sistema aberto e evoluti-
vo. Mas na EPAL temos ainda as ETA (Estações de Tratamento
Responsável pela Unidade de Informática da EPAL
de Água), que são geridas pelo SCATEX, um software desen-
volvido à medida. O nosso objectivo é evoluir do SCATEX parao CITECT e passar a ter um sistema aberto e integrado. Só que
chegámos à conclusão que esta mudança implicava ter uma
infra-estrutura de telecomunicação mais flexível, pois verificá-mos alguns constrangimentos, havendo locais onde não erapossível expandir a rede, e instalar fibra óptica era muito caro.
Resumindo, tínhamos um problema de largura de banda e de
fiabilidade da rede. Tínhamos um problema de negócio que exi-
gia uma solução técnica". Colocado o problema ao Conselho de
Administração da EPAL, este deu seguimento imediato para
desafiar o mercado – Março a Junho de 2002 - a realizar uma
2002, pela preparação e apresentação de
auditoria à infra-estrutura e arquitectura da rede de comuni-
cações da EPAL e a propor soluções. "O que pedimos ao mer-
cado foi a elaboração de um Plano Global de Telecomunicações
mesma equipa viria também a elaborar o Plano Global deTelecomunicações para esta entidade pública. Apesar da concorrência de
que considerasse as necessidades da empresa e as evoluções
outros integradores e da exigência do projecto, em termos técnicos e com
neste domínio para os períodos de 2003 a 2005 e 2005 a 2007.
um prazo limitado, Luís Amorim mostrou-se sempre confiante de que a
Isto é, que definisse a conceptualização e especificação de uma
Link saíria vitoriosa deste concurso. E aponta várias razões para esta
infra-estrutura tecnológica, que permitisse a integração das
confiança e que justificaram a opção da EPAL pela Link. "O nossoconhecimento e experiência permitiu-nos apresentar a melhor proposta
necessidades de telecomunicações dos diferentes tipos de
em termos de relação custo/desempenho. Mas não foi só. A forma como
serviços (dados, voz e imagem) assim como a possível incor-
fomos capazes de apresentar a proposta, o tempo em que a
poração de novos tipos de serviços". Em termos de objectivos
desenvolvemos e a nossa independência face a fornecedores, também
concretos, a EPAL solicitava o levantamento e análise detalha-
contribuíram para que a EPAL nos escolhesse". Por fim, aponta ainda a
da da infra-estrutura de telecomunicações e serviços associa-
metodologia internacional utilizada para a auditoria e gestão de redes, daTeleManagement Forum, uma metodologia aberta e que faz a ponte e a
dos; levantamento e caracterização das necessidades futuras;
integração entre o negócio e a tecnologia. Sobre o valor acrescentado que
identificação das perspectivas de evolução tecnológica; a
este projecto trouxe para a Link não hesita: "Com este projecto,
definição de linhas de orientação estratégica; e definição do
fortalecemos o nosso conhecimento e as competências tecnológicas no
domínio das redes. Hoje estamos ainda melhor preparados para trabalharcom diferentes tecnologias multifornecedores e com diferentesprotocolos, além disso alargámos o nosso conhecimento sobre os
Link com a melhor proposta
standards de mercado. Estamos pois mais capacitados para aconselhar
e/ou implementar projectos numa perspectiva de futuro".
Neste concurso por convite lançado pela EPAL, a Link
acabou por ser a empresa seleccionada. Paulo Rodrigues expli-
A proposta em concreto
ca porquê: "Em primeiro lugar, pela competência da proposta epela equipa apresentada. Rapidamente verificámos que a Link
A proposta da Link para a futura infra-estrutura de rede de
percebia do negócio das águas, conhecia e tinha competências
comunicações da EPAL dividiu-se em três cenários. Como refe-
no domínio das telecomunicações e tinha experiência em sis-
re Paulo Rodrigues, "um era pouco ousado, isto é pouco ambi-
temas de telegestão. Em segundo lugar era já uma empresa
cioso e que requeria pouco investimento. Havia um terceiro
conhecida em que tínhamos confiança. Finalmente o preço.
que posso classificar de ‘extravagante’, isto é, exigia investi-
Não foi o factor de decisão mas foi um dos factores, até porque
mentos excessivos para as nossas necessidades futuras.
a proposta não era a mais barata". Passado aproximadamente
Optámos pelo segundo cenário, que exigia algum investimen-
um ano – o projecto de análise, avaliação e apresentação do
to, mas que nos permitia ir avaliando os resultados de acordo
projecto decorreu entre Junho de 2002 e Março de 2003 –,
com as orientações". Em concreto, a EPAL optou por fazer
Paulo Rodrigues não tem dúvidas sobre o desempenho da Link.
evoluir a rede TDM para uma rede IP. Na prática, "estamos a
"Estamos satisfeitos por duas razões. Por um lado, porque os
falar em disponibilizar IP em todos os serviços e nos diversos
resultados apresentados foram positivos e porque a Link
pontos da rede, permitindo não só a partilha de recursos mas
cumpriu escrupulosamente os prazos. Por outro lado, porque a
prevenindo necessidades futuras. Por outro lado, a nova rede
Link alertou-nos para um conjunto de condicionalismos técni-
tornará mais fácil a gestão das linhas que prestam serviço, per-
cos e ajudou-nos na orientação para decidir qual a infra-estru-
mitirá a unificação tecnológica e tornará possível racionalizar
tura mais adequada, tendo apresentado uma proposta de
os custos de manutenção. Trata-se de implementar um novo
modelo de gestão". ¶
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