A R T I G O D E R E V I S Ã O
Orlistat e sibutramina: bons coadjuvantes para perda e manutenção de peso?
Orlistat and sibutramine: good aid for loss and maintenance of weight?Orlistat y sibutramina: buena ayuda para la pérdida y el mantenimiento del peso?Renata costa Fortes¹, Norma Gonzaga Guimarães², Adriana Haack³, Andréia Araujo Lima Torres4, Kênia Mara Baiocchi Carvalho5 Resumo Abstract A obesidade é uma condição clínica grave que necessita de trata-Obesity is a serious clinical condition requiring appropriatemento adequado, objetivando a manutenção de um peso saudá-treatment aiming health weight maintenance and health risksvel e redução dos riscos à saúde. O maior desafio consiste emreduction. The greatest challenge consists of avoiding weightevitar que o paciente recupere o peso inicial e as morbidades querecovering and the morbidities that led the patient to seek foro levaram a procurar um tratamento. Para controlar a obesida-treatment. To control obesity as a chronic condition,de como uma condição crônica, os agentes farmacológicos, asso-pharmacological agents associated to diet, physical activity andciados ao tratamento dietético, estímulo à atividade física e àbehavioral therapy have been used as an attempt to improveterapia comportamental, têm sido utilizados na tentativa depatients’ responses on the long run. Orlistat and sibutramine aremelhorar a resposta dos pacientes em longo prazo. O orlistat e athe drugs approved for long-term use. This review sets out tosibutramina são as drogas atualmente aprovadas para uso pro-discuss the evaluation of these medicaments effects on obesitylongado no tratamento da obesidade. Esta revisão objetiva discutirglobal treatment. (Rev Bras Nutr Clin 2006; 21(3):244-51)a avaliação dos efeitos destes medicamentos no tratamento glo-KEYWORDS: obesity, pharmacological treatment, sibutramine,bal da obesidade. (Rev Bras Nutr Clin 2006; 21(3):244-51)UNITERMOS: obesidade, tratamento farmacológico, sibutramina,Resumen La obesidad es una condición clínica grave que necesita tratamiento adecuado, teniendo como objetivo, el mantenimiento de un pesosaludable y reducción de los riesgos a la salud. El mayor desafío consiste en evitar que el paciente recupere el peso inicial y las morbidadesque lo llevaron a buscar un tratamiento. Para controlar la obesidad como una condición crónica, los agentes farmacológicos, asociadosal tratamiento dietético, estímulo hacia la actividad física y a la terapia comportamental, han sido utilizados en el intento de mejorarla respuesta de los pacientes a largo plazo. El orlistat y la sibutramina son las drogas actualmente aprobadas para el uso prolongadoen el tratamiento de la obesidad. Esta revisión tiene en vista discutir la evaluación de los efectos de dichos medicamentos en el tratamientoglobal de la obesidad. (Rev Bras Nutr Clin 2006; 21(3):244-51)UNITÉRMINOS: obesidad, tratamiento farmacológico, sibutramina, orlistat, pérdida de peso.1.Mestranda em Nutrição Humana da Universidade de Brasília, Professora de Nutrição da Faculdade de Ciências e Educação Sena Aires, Especialista em Nutrição Clí- nica e Terapêutica Nutricional, Nutricionista da Secretaria de Saúde do DF. 2.Mestranda em Nutrição Humana da Universidade de Brasília, Professora do Curso de Nutrição da Universidade Católica de Brasília, Especialista em Nutrição Humana, Nutricionista da Secretaria de Estado de Saúde do DF. 3.Mestranda em Nutrição Humana da Universidade de Brasília, Especialista em Saúde Coletiva, Nutricionista-Chefe do NND/HRBz da Secretaria de Estado de Saúde do DF. 4.Mestranda em Nutrição Humana da Universidade de Brasília, Professora do Curso de Nutrição das Faculdades Integradas da Terra de Brasília, Especialista em Nutrição Clínica pela Secretaria de Estado de Saúde do DF. 5.Professora Adjunta do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília. Endereço para correspondência: Renata Costa Fortes. QI 14. CJ J. CS 26. Guará 1 - DF. CEP: 71015-100 - E-mail: [email protected] Submissão: 4 de junho de 2006 Aceito para publicação: 2 de setembro de 2006 Rev Bras Nutr Clin 2006; 21(3):244-51
sidade. O insucesso dessas medidas, principalmente quan-to à manutenção dos resultados, tem enfatizado a necessi-
A obesidade é uma doença crônica ¹, considerada um
dade de recursos terapêuticos coadjuvantes que favoreçam
dos maiores problemas de saúde pública nos Estados Unidos
o balanço energético pretendido. Tais recursos corres-
e na Europa, atingindo mundialmente proporções epidêmi-
pondem principalmente à farmacoterapia1 e à cirurgia
cas ². Estatísticas do National Health and NutritionExamination Survey indicam que a prevalência da obesida-
O tratamento farmacológico da obesidade poderá ser
de aumentou de 22,9% em 1994 para 30,5% em 1999 a 2000
indicado quando o indivíduo possuir um Índice de Massa
³ e que, atualmente, existem no mundo 250 milhões de
Corpórea (IMC) > 30 kg/m2 ou IMC > 25 kg/m2 associado
obesos, podendo chegar a 300 milhões no ano de 2025 4 .
a doenças relacionadas ao excesso de peso, em situações nas
No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
quais o tratamento com dieta, exercício ou aumento da
Estatística (IBGE) 5, revelam que, entre os homens, o
atividade física e modificações comportamentais não obtêm
sobrepeso duplicou (de 18,6% para 41%) e a obesidade
resultados satisfatórios e significantes 1,11 .
triplicou (de 2,8% para 8,8%), no período de 1974 a 2003,
Evidências científicas demonstram que o sucesso no
enquanto que, entre as mulheres, o sobrepeso e a obesida-
tratamento da obesidade está associado a perdas ponderais
de aumentaram quase 50% de 1974 a 1989 e mantiveram-
na ordem de 5% a 10%. Tal emagrecimento pode melhorar
se estáveis entre 1989 e 2003 (40% com sobrepeso e 13,1%
significativamente os níveis de pressão arterial, o número de
com obesidade) (figura 1), exceto na região nordeste que
apnéias e hipopnéias durante o sono e o controle do diabe-
tes e da dislipidemia 9,12. Da mesma forma, o tratamento daobesidade associado à farmacoterapia terá a mesma metapara perda ponderal e parâmetros metabólicos.
É imprescindível o conhecimento das propriedades e
limitações dos medicamentos utilizados para esse fim com ointuito de esclarecer os profissionais não médicos, como osnutricionistas, o papel coadjuvante dessas medicações. Nãodevem existir preconceitos, com relação ao uso da terapiamedicamentosa aprovada pelos organismos institucionais. Damesma forma, a informação deve atingir não apenas àquelesque prescrevem a medicação, mas todos que trabalham como manejo da obesidade e enfrentam as dificuldades para atin-gir um bom nível de adesão ao tratamento.
O objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão
Figura 1 - Prevalência de déficit de peso, excesso de peso na população
crítica de alguns ensaios clínicos publicados nos últimos cinco
com 20 ou mais anos de idade, por sexo, no Brasil – períodos 1974-1975,1989, 2002-2003.5
anos em revistas indexadas nas bases de dados Medline,Lilacs, NCBI, Capes, Scielo e Cochrane, que avaliaram os
A obesidade é um fator predisponente para diversas
efeitos das principais drogas, sibutramina e orlistat, utilizadas
enfermidades, tais como: câncer, calculose biliar, doenças
no tratamento farmacológico da obesidade.
respiratórias e ósteo-articulares 2, hipertensão arterial,dislipidemia, resistência à insulina, diabetes, além de estar
associada a efeito negativo na saúde reprodutiva 6,7 .
Existe também uma considerável morbidez psicológica
que está relacionada à discriminação do indivíduo obeso,
A maioria dos estudos que relatam a perda de peso após
favorecendo o aparecimento de quadros depressivos que
tratamento para obesidade têm mostrado resultados
culminam com a redução da auto-estima, das perspectivas
desapontadores. Grande parte dos pacientes recupera todo
de relacionamento social. Todos estes aspectos psico-emo-
ou quase todo o peso perdido dentro de 3 a 5 anos após tra-
cionais podem ser identificados como causadores ou
tamento. Estudos em longo prazo evidenciam quadros ain-
retroalimentadores de sua condição de obeso juntamente
da mais desfavoráveis. Pesquisa realizada por Gosselin e
com uma condição clínica e educacional alterada 8.
Cote 13 na qual mulheres foram acompanhadas por 11 anos
O tratamento da obesidade é de suma importância e
após a perda de peso, mostrou que 49,5% das mesmas havi-
deve objetivar a melhoria do bem-estar e da saúde metabó-
am recuperado ou até ultrapassado seu peso anterior ao tra-
lica do indivíduo, reduzindo significativamente os riscos de
tamento. Esta limitação contribuiu para o desenvolvimen-
morbimortalidade 9. Para tanto, o indivíduo obeso deve ser
to de novas estratégias para a manutenção do peso perdido,
avaliado profundamente, em relação a erros alimentares,
práticas de atividade física, presença de sintomas depres-
Porém, a prescrição de medicamentos na perda ou na
sivos e de complicações ou doenças associadas à obesidade1.
manutenção de peso deve ser criteriosa e algumas caracterís-
A implementação de um plano dietoterápico hipo-
ticas são imprescindíveis para que tenha utilidade no tratamen-
energético aliado ao aumento da atividade física e educação
to da obesidade. São elas: demonstrar potencial para reduzir o
nutricional constituem o tratamento convencional da obe-
peso corpóreo e conduzir a melhorias das co-morbidades; pos-
Rev Bras Nutr Clin 2006; 21(3):244-51
suir efeitos colaterais toleráveis e/ou transitórios; não apresentar
cidos são a anandamida e o delta-tetrahidrocanabinóide. Os
propriedades de dependência; possuir eficácia e segurança
receptores conhecidos são o canabinóide-1 (CB1), locali-
mantidas em longo prazo e ter um custo razoável 1.
zado principalmente no Sistema Nervoso Central e o
Os medicamentos não devem ser utilizados com finali-
canabinóide-2 (CB2), localizado nas células imunes. A
dades estéticas sendo recomendados como um complemen-
estimulação deste sistema está associada com um aumento
to da dieta, exercício, aconselhamento nutricional e trata-
da ingestão, dos depósitos de gordura e da dependência à
mento comportamental 15, uma vez que o uso das drogas não
nicotina. Os antagonistas dos receptores canabinóides CB1
garante a eficácia na perda ou no controle do peso após a
são atualmente objeto de intensas investigações devido a
cessação da terapia medicamentosa 16.
suas propriedades terapêuticas, produção de saciedade e
As drogas utilizadas no tratamento da obesidade podem
diminuição da sensação de “prazer pela comida” 12.
ser divididas em duas principais categorias: supressoras de
As únicas drogas aprovadas pelo FDA para tratamentos
apetite e inibidoras da lipase17. Em geral, a monoterapia em
em longo prazo são a sibutramina e o orlistat (Quadro 1). No
pacientes obesos produz perda de peso subótima, porém o
Brasil, estas duas drogas também estão aprovadas pela
uso de mais de uma droga concomitantemente ainda não é
ANVISA 20 juntamente com outros 3 medicamentos atual-
prática suficientemente testada no meio científico. 15.
mente registrados para o tratamento da obesidade:
Os primeiros supressores de apetite utilizados (anfe-
dietilpropiona (anfepramona), femproporex e mazindol 22.
tamina, metamfetamina e phenmetrazina) não são mais
Sibutramina é uma droga derivado ²-fenetilamínico,
uma opção devido a seu alto potencial para causar depen-
inibidor da recaptação da serotonina e da norepinefrina, o
dência. Inibidores da reutilização da 5-hidroxitriptamina (5-
que induz a diminuição do consumo alimentar e aumenta a
HT), fenfluramina e dexfenfluramina foram aprovadas para
termogênese. Em vários ensaios clínicos, a sibutramina pro-
obesidade, mas estiveram implicados na causa de hiperten-
moveu redução estatisticamente significante do peso, da
são pulmonar e aumento de doença cardíaca valvular sen-
concentração de colesterol total, triglicerídios, LDL-
do, portanto, retiradas do mercado. Drogas como fendi-
colesterol e hemoglobina glicada de pacientes obesos dia-
metrazina, dietilpropiona e fentermina, estão sendo
béticos ou não, conforme ilustra a figura 2. É uma droga com
comercializadas, contudo, foram classificadas pelo Food and
boa tolerabilidade 1; porém, como afeta o sistema nervoso
Drug Administration (FDA), como substâncias recomenda-
simpático e o sistema nervoso central, é contra-indicada em
das apenas para tratamentos de curto prazo 15.
algumas situações especiais 23, 24.
Várias drogas encontram-se atualmente sendo testadas,
Orlistat é um potente e irreversível inibidor das lipases
como a sertralina, leptina os canabinóides, dentre outros 15.
gástrica e pancreática e foi aprovado para tratamento de
A sertralina é um agente antidepressivo inibidor seletivo darecaptação de serotonina, sendo útil em pacientes obesoscom humor depressivo, no tratamento de pacientes comsíndrome do comer compulsivo (binge eating syndrome), e empacientes com bulimia nervosa 9. A leptina é um hormôniosecretado pelos adipócitos que parece funcionar primeira-mente como um sinalizador periférico do hipotálamo parasaciedade. Sua eficiência parece estar restrita a indivíduoscom deficiência do gene para a expressão deste hormônio 18,já que, praticamente todos os indivíduos obesos apresentamum excesso de leptina circulante em proporção direta aoIMC 19. A leptina ainda não foi aprovada para uso pelo FDAnos EUA, nem pela Agência Nacional de Vigilância Sani-tária (ANVISA) 20 no Brasil, para o tratamento da obesida-de, estando atualmente nos estudos clínicos de fase II 15, semdemonstrar grande potencial para modificação de peso 19, 21.
Os canabinóides são medicamentos que se encontram
na fase III das investigações e desempenham importantepapel no controle do apetite e, consequentemente, do pesocorporal. Os neurotransmissores endocanabinóides conhe-
Figura 2 - Efeitos da sibutramina. Quadro 1 – Drogas aprovadas pelo FDA
Fentermina (Ionamin, Adipex, Fastin, Banobese, Obenix, Zantril)
Dietilpropiona (Dualid S, Hipofagin, Inibex, Moderine, Obesil)
Mazindol (Dasten, Fagolipo)Fendimetrazina (Bontril PDM, Phendiet, Phenzene, Plegine)BenzofetaminaFonte: adaptado de Korman 24, Poston e Foreyt 14
Rev Bras Nutr Clin 2006; 21(3):244-51
longa duração. A droga não possui efeitos sobre circuitos
naqueles não responsivos a esse tratamento, ou naqueles
neuronais reguladores do apetite1. Sua ação resume-se ao
onde esses medicamentos estão contra-indicados 11.
bloqueio da digestão de aproximadamente 30% dos
O dietilpropiona é um medicamento anorexígeno que
triglicerídios dietéticos ingeridos15, sendo a perda de peso
tem a capacidade de estimular o consumo de oxigênio e
geralmente dependente da dose. O tratamento com a dro-
influenciar a transmissão serotoninérgica e dopaminérgica1.
ga foi associado com diminuição do LDL-c, colesterol total
O Femproporex é uma droga anorexígena noradre-
e da concentração plasmática de insulina 14,18, auxiliando no
nérgica, metabolicamente dealquilada em anfetamina em
controle dos fatores de risco cardiovasculares. Ainda assim,
animais. Seu uso resulta em testes positivos para anfetamina
o aconselhamento dietético é necessário já que a droga deve
em humanos. Apesar disso, os efeitos estimulatórios no
ser utilizada juntamente com dieta hipoenergética e com
SNC são menos notórios na prática clínica do que outros
controle na ingestão de lipídios (25-30% de gordura, no
agentes como o manzidol e a dietilpropiona 1.
máximo). Tem-se observado que o orlistat pode auxiliar no
O Mazindol também é uma droga anorexígena que es-
estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis 23. A fi-
timula o consumo de oxigênio e aumenta a estimulação da
gura 3 ilustra os principais efeitos do orlistat.
noradrenalina na gordura marrom (assim como a anfe-
Segundo o Consenso Latino-Americano de Obesidade,
tamina, a fenfluramina e a dexfenfluramina) em ratos. Leva
a dietilpropiona, o femproporex e o mazindol fazem parte de
à redução da insulina e do Hormônio do Crescimento 1.
medicações que podem ser usadas em pacientes que não
A fluoxetina é um derivado oxitrifluorfenil da
possuem condições de utilizar orlistat e/ou sibutramina,
fenilpropanolamina que inibe seletivamente a recaptaçãode serotonina no terminal pré-sináptico demonstrandogrande eficácia no tratamento da obesidade em longo pra-zo e indicada para o tratamento da depressão e dos transtor-no obsessivos compulsivos 25.
Há uma tendência ao menor uso destes agentes
anorexiantes catecolaminérgicos, como as três drogassupracitadas, após a chegada de agentes com menos efeitoscolaterais e maior tolerabilidade. Esses agentes, porém, ain-da têm utilidade no tratamento de alguns pacientes obesos(por exemplo, em casos de hiperfagia acentuada), principal-mente levando-se em conta seu baixo custo quando compa-rado a outras drogas como o orlistat e a sibutramina 9, con-forme o quadro 1.
Até o momento, todos os tipos de terapia medica-
mentosa podem desencadear efeitos colaterais como diar-réia, poliúria, xerostomia, distúrbios do sono, nervosismo,disfunções sexuais, aumento da pressão arterial, depressão,neurotoxidade, doenças valvulares, hipertensão pulmonarprimária (Quadro 2), e ainda dependência ou desenvolvi-
Figura 3 - Efeitos do orlistat. Quadro 2 – Mecanismo de ação e efeitos colaterais de drogas utilizadas no tratamento da obesidade
Supressão do apetite através da supressão da recaptação 10-20mg/dia
Aumento moderado de batimentos cardíacos
da serotonina e norepinefrina, diminuição do apetite
e pressão arterial, nervosismo, insônia, rinite,
faringite, cefaléia, boca seca, constipação.
Amina simpatomimética: causa supressão do apetite.
Cardiovascular, gastrintestinal, pacientes
Aprovada para uso em conjunto com dieta hipocalórica
Amina simpatomimética: causa supressão do apetite.
Palpitações, taquicardia, insônia, gastrintestinal
Tem estrutura similar ao antidepressivo bupropiona
Diminui a ingestão alimentar por mecanismo
Xerostomia, insônia, taquicardia, ansiedade
noradrenérgico e dopaminérgico. Estimula o consumode O2
Supressor de apetite: inibidor da recaptação da serotonina 20-60mg/dia
Supressor do apetite: inibidor da recaptação da serotonina 100-200mg/dia Agitação, nervosismo, gastrintestinal
Supressor do apetite por mecanismo noradrenérgico
Xerostomia, insônia, taquicardia, ansiedade
Agente anticonvulsivante. Mecanismo desconhecido
Aprovado em 2000 para o tratamento de pacientes
epiléticos com convulsões. Provavelmente bloqueiacanais de sódio e cálcio.
Inibidor de lípase: reduz absorção de lipídios
Diarréia, flatulência, dor abdominal, fezes
Fonte: adaptado de Snow 17, SBH 22, Manzini e Halpern 1, Martin e Antón 25, Zhaoping 26, ABESO 11. *Drogas aprovadas pelo FDA. Rev Bras Nutr Clin 2006; 21(3):244-51
dente vascular cerebral e hipertensão arterial descontrola-
da 23. Os efeitos adversos mais freqüentes são cefaléia, bocaseca, constipação, insônia e elevação da pressão arterial 1.
Em 2004, Ozkan et al.27 estudaram 58 pacientes obesos,
Os efeitos adrenérgicos ocasionados pelo uso da
em ensaio clínico randomizado, controlado com placebo.
sibutramina podem elevar a pressão arterial em pacientes
No protocolo, todos os pacientes foram submetidos à restri-
obesos e a etiopatogenia pode estar relacionada a vários
ção energética e tiveram o IMC, a relação cintura-quadril,
fatores como a estimulação do sistema renina-angiotensina-
lipídios séricos e pressão sanguínea, avaliados antes e depois
aldosterona, hipervolemia com elevação do débito cardía-
de 12 semanas de tratamento. Ao término do estudo o peso
co e falha na diminuição adequada da resistência vascular,
corporal do grupo sibutramina e placebo diminuíram signi-
aumento da ingestão de sódio diretamente relacionado à
ficativamente (p < 0,05), sem que houvesse diferenças es-
elevação da ingestão calórica, resistência insulínica, entre
tatisticamente significantes entre os dois grupos. Porém,
outros parâmetros de avaliação de risco cardiovascular,
A administração da sibutramina em pacientes hiper-
como relação cintura quadril, colesterol total, LDL-c e TG
tensos deve ser cautelosa e monitorada a cada duas semanas
diminuíram significativamente apenas no grupo sibu-
nos primeiros três meses, a cada quatro semanas nos próxi-
tramina. Os autores concluíram que dietas com restrições de
mos três meses, e pelo menos a cada três meses após esse
energia, associadas com 10 mg por dia de sibutramina são
período23.
mais efetivas e afetam favoravelmente os parâmetros
O estudo STORM realizado por James et al. 30, revelou
lipídicos, em comparação ao grupo placebo, ainda que a
um aumento, em média, de 0,5 mmHg na pressão sistólica
perda de peso não tenha sido superior.
e 2,3 mmHg na diastólica. Resultados semelhantes foram
A perda de peso associada à sibutramina também foi
demonstrada em um estudo duplo cego realizado por
Contudo, Faria et al. 33 avaliando o efeito do uso da
Halpern et al. 28 com a mesma dosagem e maior período de
sibutramina na perda de peso de pacientes hipertensos,
seguimento (6 meses). Neste caso, foi verificada maior perda
concluíram que a droga produzia diminuição da massa
de peso no grupo sibutramina (8% vs 2,8%), quando com-
ventricular esquerda, além de não interferir na pressão san-
parado ao placebo. Houve redução de 12,8% dos níveis de
guínea ou terapia antihipertensiva. Assim, embora seja
TG e aumento de 17% do HDL-colesterol. Mais uma vez,
necessário um monitoramento dos pacientes com hiperten-
o fármaco apresentou boa tolerância, eficácia e segurança.
são, estes podem utilizar a sibutramina, desde que sejam
No estudo de Cuellar et al. 29, envolvendo indivíduos
respeitadas a individualidade e a tolerância à droga.
com IMC acima de 30 Kg/m2, todos participantes receberam
Em um ensaio clínico randomizado, 224 adultos (180
material ilustrativo, aconselhamento nutricional e plano
mulheres e 44 homens) obesos (IMC ≥30 ≤45 kg/m2), ida-
alimentar com 30 Kcal/Kg/peso ideal por período de 6
de entre 18 a 65 anos, foram divididos aleatoriamente nos
meses. Além de encontrarem repostas nos perfis antro-
seguintes grupos: 1) sibutramina: 55 indivíduos receberam
pométrico e metabólico significativamente melhores com
apenas 15 mg/dia de sibutramina cuja dosagem foi aumen-
a sibutramina, chamou a atenção o baixo nível de adesão do
tada gradativamente (5 mg na primeira semana; 10 mg na
grupo controle, possivelmente decorrente da ineficácia do
terceira semana; 15 mg na sexta semana), além de 8 visitas
de 10 a 15 minutos cada; 2) modificação do estilo de vida:
Exatamente a mesma tendência de boa adesão e resul-
55 indivíduos receberam apenas terapia comportamental
tados satisfatórios quanto ao emagrecimento, manutenção
conduzida em sessões de 30 grupos cujo programa incluía
de peso e perfil metabólico, foi demonstrada em estudo
mudanças no estilo de vida, exercício físico, atitudes, rela-
multicêntrico, STORM – The Sibutramine Trial on Obesity
cionamentos e nutrição; 3) terapia combinada: 60 indivídu-
Reduction and Maintenance, envolvendo um número maior
os receberam sibutramina mais terapia comportamental
de pacientes (n= 605). Aqueles pacientes que apresentaram
adaptada por incluir sibutramina, conduzida em sessões de
perda de peso maior que 5% nos primeiros 6 meses de acom-
30 grupos e 4) sibutramina mais aconselhamento de modi-
panhamento, foram randomizados em grupos sibutramina (n
ficação do estilo de vida com 8 visitas de 10 a 15 minutos
= 352) e placebo (n = 115) por um período de 18 meses. No
cada que incluía a participação de 54 indivíduos. Todos os
grupo sibutramina 204 pacientes completaram o tratamento
participantes receberam um plano dietético de 1.200 a
e 43% destes mantiveram 80% da perda de peso original,
1.500 kcal/dia e o mesmo regime de atividade física. O
comparados com 9 pacientes (16%) dos 57 indivíduos do
período deste estudo foi de 12 meses, com exclusão dos
grupo placebo que mantiveram o tratamento.
indivíduos portadores de hipertensão, doenças cerebro-
Contudo, contrapondo estes resultados, Porter et al. 31,
vasculares, diabetes ou que apresentaram perdas ponderais
utilizando metodologia similar, não encontraram alteração
≥ 5 kg nos últimos 6 meses. Ao final do estudo, os indivíduos
significativa do perfil lipídico ou glicemia de jejum após um
que receberam terapia combinada apresentaram uma perda
ponderal média de 12.1 ± 9.8 kg; os que receberam apenas
A sibutramina é bem absorvida e afeta o sistema nervo-
sibutramina perderam 5.0 ± 7.4 kg; aqueles indivíduos tra-
so central e o sistema simpático. Dessa maneira, não deve
tados apenas com a modificação do estilo de vida tiveram
ser indicada em casos de enfermidade mental, arritmias,
uma perda de 6.7 ± 7.9 kg e aqueles que receberam
arteriopatia obstrutiva severa, cardiopatia isquêmica, aci-
sibutramina mais a terapia breve perderam em média 7.5 ±
Rev Bras Nutr Clin 2006; 21(3):244-51
8.0 kg (P<0.001). Os autores concluíram que a combinação
atividade física). A perda média de peso até o fim dos 4 anos
de sibutramina com a modificação do estilo de vida resul-
do estudo foi maior com orlistat em relação ao placebo (-5,8
tou em maior perda ponderal do que a medicação ou a te-
vs -3,0 kg; p < 0,001). Quando avaliado apenas o subgrupo
rapia comportamental utilizadas isoladamente, demonstran-
de pacientes que completou o estudo, a perda de peso foi
do a importância da prescrição de medicações para perda de
ainda maior (-6,9 vs 4,1 kg; p < 0,001). Além disso, a pro-
peso como adjuvante no tratamento da obesidade,
porção de pacientes que perderam no mínimo 5% do peso
enfatizando, dessa forma, o uso combinado com as modifi-
inicial foi de 53% vs 37% e no mínimo 10% foi de 26% vs
cações no estilo de vida, prática de atividade física, mudan-
16%, a incidência acumulativa de DM tipo 2 em todos os
ças de atitudes, relacionamentos e hábitos alimentares 34.
pacientes foi de 6,2% vs 9,0%, a incidência de DM empacientes com intolerância à glicose foi de 18,8% vs 28,8%,
Ensaios clínicos realizados com o orlistat
quando comparados os grupo do orlistat e o controle, respec-tivamente, o que demonstrou seu efeito preventivo para
A administração de 120 mg de Orlistat, três vezes ao
dia, está associada à redução de cerca de 30% na absorção
A maior parte dos estudos relata que a perda de peso asso-
intestinal de gordura 15. Desde que esta droga foi aprovada
ciada ao uso do orlistat se mostrou capaz de melhorar em muitos
pelo FDA e no Brasil, pela ANVISA, estudos clínicos têm
aspectos o perfil lipídico desfavorável associado à obesidade.
sido conduzidos para avaliar o efeito do uso deste medica-
Houve uma melhora estatisticamente significativa dos valores
mento no tratamento da obesidade com até quatro anos de
médios do colesterol total, LDL-colesterol e HDL-colesterol.
seguimento como demonstrado a seguir.
Nos estudos de segmento por dois anos, observou-se uma redu-
Inicialmente, dois estudos pequenos testaram o efeito
ção dos valores médios da circunferência da cintura entre os
dose dependente do orlistat, em ensaio clínico placebo-con-
grupo com orlistat (120 mg) e o placebo (-4,52 cm ± 0,8 vs 2,38
trolado, randomizado, com período de acompanhamento de
cm ± 1,0; p < 0,05), além da redução na pressão arterial sistólica
três meses, envolvendo adultos obesos. No primeiro estudo 35
e diastólica 36,37,38,39,40. No estudo XENDOS, observou-se uma
foi utilizado 50 mg de orlistat (três vezes ao dia) associado à
maior redução da pressão arterial nos pacientes tratados com
dieta hipoenergética. Ao final do estudo, estavam disponíveis
orlistat, que se correlacionou com a maior perda de peso atin-
dados completos de 39 pacientes e a perda de peso total foi
de 4,3 ± 3,4 kg no grupo orlistat vs 2,1 ± 2,8 kg no controle;
Os eventos adversos mais associados ao uso do orlistat
p = 0,025. O segundo estudo avaliou os efeitos deste fármaco
citados nos estudos revisados foram esteatorréia, urgência
em doses de 10, 60 e 120mg, três vezes ao dia. Somente a dose
fecal, aumento no número de evacuações por dia, inconti-
de 120 mg produziu melhores resultados na perda de peso
nência fecal, flatulência, flatos com descarga oleosa, náusea,
comparado ao placebo: 4,74 vs 2,98 Kg, p = 0,001 (n = 93).
vômitos e dor abdominal. Os estudos mostraram que a in-
Em relação à mudança de fatores de risco cardiovascular, o
cidência destes eventos era consideravelmente maior no
estudo também detectou melhora do perfil lipídico somente
grupo de pacientes que recebeu orlistat e que não seguiram
uma orientação de dieta hipolipídica, porém eram de inten-
A maioria dos resultados observados em outras pesquisas
sidade moderada a baixa e geralmente aconteciam no iní-
é favorável ao uso do orlistat na perda de peso inicial. Finer
cio do tratamento, mas apresentavam resolução espontânea.
et al.37 demonstraram que 35% dos pacientes tratados com o
As perdas relatadas pelos estudos em decorrência dos efei-
orlistat perderam no mínimo 5% do peso enquanto que no
tos adversos do uso do orlistat (120 mg / três vezes ao dia)
grupo placebo somente 21% apresentou o mesmo nível de
variaram de 11,7% no período de um ano, 3,3% no estudo
emagrecimento (p < 0,05) durante um período de 01 ano.
com acompanhamento de dois anos e de 8% no XENDOS
Segundo Davidson et al.38, após dois anos, os pacientes
study. Os autores consideram boa a adesão ao uso de orlistat
tratados com 120 mg de orlistat, três vezes ao dia, recupera-
no tratamento da obesidade 35, 37, 38, 39, 40, 41.
ram menos peso (3,2 ± 0,45 kg) quando comparados ao gru-
O uso do orlistat também foi associado ocasionalmen-
po com 60 mg e ao placebo, respectivamente (4,26 ± 0,57 e
te com a redução dos níveis séricos de vitaminas lipos-
5,63 ± 0,42 Kg). Outros estudos como os de Rössner et al39
solúveis (principalmente D e E), uma vez que pode produ-
e Hill et al.40 também demonstraram melhor nível de susten-
zir esteatorréia devido ao seu próprio mecanismo de ação e,
tação de peso entre os pacientes que recebiam orlistat por um
além disso, caso a ingestão de gordura seja exacerbada, pode
período de até 2 anos, na dosagem de 120 mg, 3 vezes ao dia.
provocar diarréias e incontinência fecal, interferindo, des-
O XENDOS study é o estudo controlado mais impor-
sa forma, na absorção de vitaminas lipossolúveis, sendo
tante, que avaliou o tratamento com orlistat na manuten-
necessária uma recomendação dietética e/ou uma suple-
ção da perda de peso em longo prazo, além de investigar o
mentação medicamentosa para a maioria dos pacientes su-
possível efeito desta droga na prevenção do diabetes mellitus
ficiente para retornar esses valores à normalidade35,37,38,39,40,41.
(DM) tipo 2 em pacientes obesos com graus variáveis detolerância à glicose. Este trabalho foi conclusivo com rela-
ção à eficácia e segurança do Orlistat. Foram randomizados
3.305 pacientes para receber placebo ou orlistat em trêsdoses diárias de 120 mg. Todos os pacientes foram estimu-
Uma vez que o orlistat e a sibutramina possuem meca-
lados a modificar o estilo de vida (dieta hipoenergética e
nismos de ação totalmente diversos, pode-se imaginar que
Rev Bras Nutr Clin 2006; 21(3):244-51
seria razoável associá-los potencializando os seus benefí-
peso entre os grupos, sugerindo que as duas medicações não
teriam efeitos adicionais. Os dados revelaram uma tendên-
Halpern et al. 42 acompanharam 114 pacientes obesos
cia dos pacientes que no primeiro ano perderam menos que
com IMC médio de 37,3 kg/m² por um período de três
10% do peso inicial com a sibutramina perderam mais peso
meses, com o objetivo de avaliar os resultados do tratamento
quando em uso de orlistat adicional. Entretanto, a perda foi
com 10 mg de sibutramina ao dia e orlistat 120 mg (03 vezes
de apenas 2,6 Kg ao final das 16 semanas e não foi
ao dia) associados a uma dieta hipoenergética e recomen-
significantemente diferente em relação aos pacientes que
dação de atividade física regular. Ao final do estudo foram
receberam sibutramina associada ao placebo. Assim sendo,
analisados os dados de 61 pacientes. A exclusão de pacien-
é possível que os pacientes que tiveram essa perda consegui-
tes para análise dos dados finais aconteceu por má aderên-
riam resultados similares com o uso de orlistat isoladamen-
cia ao tratamento proposto. Verificou-se uma porcentagem
te. Porém, ressaltam que a amostra era pequena e que mais
de perda de peso de 6,5 e de 8,2 no 2º mês e 3º mês de
estudos são necessários para obtenção de conclusões defini-
acompanhamento, respectivamente. Os autores concluem
tivas sobre os possíveis benefícios com a utilização da com-
que o percentual de pacientes (75%) que perderam pelo
binação de duas drogas no tratamento da obesidade.
menos 5% do peso corpóreo inicial nos dois primeiros me-ses de acompanhamento foi comparável ao número obtido
em estudos com sibutramina e orlistat em monoterapia porperíodo de seis meses. A associação de medicamentos foi
A sibutramina e o orlistat destacam-se entre as drogas
bem tolerada e os efeitos colaterais apresentados são com-
aprovadas para o tratamento global da obesidade devido ao
patíveis com a farmacologia conhecida.
grande número de investigações realizadas e aos resultados
Um segundo estudo 43 do tipo clínico, placebo contro-
obtidos que demonstram segurança e eficácia. Mesmo assim,
lado, foi realizado para avaliar se a associação de orlistat a
outros estudos clínicos controlados e com amostras aleató-
sibutramina induziria uma maior perda de peso em mulhe-
rias são necessários, uma vez que ainda é escasso o número
res obesas que perderam 11,6 ± 9,2% do peso inicial durante
de trabalhos com período de seguimento superior a dois
01 ano tratadas com sibutramina isoladamente associado a
anos. Apesar dos resultados satisfatórios com estas drogas,
um programa de mudança de estilo de vida. Todas as mulhe-
até aqui demonstrados, a utilização da farmacoterapia iso-
res que completaram a fase inicial (n = 34) foram rando-
ladamente não será suficiente para deter os avanços da
mizadas em um grupo com sibutramina (15 mg/dia) associ-
epidemia de obesidade, devendo-se levar em conta o estilo
ada a placebo e outro com associação de orlistat 120 mg / 03
de vida com modificações comportamentais que incluem
vezes ao dia. As pacientes foram orientadas a consumirem
uma alimentação saudável aliada à prática de atividade fí-
uma dieta hipoenergética (redução de 600 a 850 Kcal/dia do
sica. A interação de todas as modalidades de tratamento e
habitual) e limitarem o consumo de gordura em 60 g/dia
o reconhecimento da farmacoterapia segura como coad-
com o objetivo de minimizar possíveis alterações do trato
juvante, parece ser mais coerente do que a busca de uma
gastrointestinal. Os resultados mostraram que a associação
única solução para o problema ou a responsabilidade de
de orlistat não alterou de maneira significativa a perda de
Mancini MC, Halpern A. Tratamento farmacológico da obesidade. Arq
Bras Endocrinol Metab. 2002; 46(5):497-513.
11. ABESO. Consenso Latino-Americano em Obesidade, 1998.
Júnior AJ. Obesidade uma epidemia da atualidade. Revista Qualidade
12. Diaz M. Presente y futuro del tratamiento farmacológico de la obesidad.
Rev. Argent. Cardiol. 2005; 73:137-144.
Kottke TE, Wu LA, Hoffman RS. Economic and phychological implications
13. Gosselin C, Cote G. Weight loss maintenance in women two to eleven
of the obesity epidemic. Mayo Clin Proc. 2003; 78:92-4.
years after participating in a commercial program: a survey. BMC
WHO. Life in the 21st century-A vision for all. The World Health Rep.
1998. World Health Org. Geneva. Switzerland.
14. Poston II WSC, Foreyt JP. Successful management of the obese patient.
IBGE. Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003: Análise
American Family Physician, June 15, 2000.
da Disponibilidade Domiciliar de Alimentos e do Estado Nutricional
15. Nammi S, Koka S, Chinnala KM, Boini KM. Obesity: an overview on its
current perspectives and treatment options. Nutrition Journal 2004;
Matos AFG, Moreira RO, Guedes EP. Aspectos neuroendócrinos da
síndrome metabólica. Arq Bras Endocrinol Metab 2003, 47(4): 410-
16. Lyznicki JM, Young DC, Riggs JA, Davis RM. Obesity: assessment and
management in primary care. American Family Physician 2001;
Rosenbaum P, Ferreira SRG. Uma atualização em risco cardiovascular
da síndrome metabólica. Arq Bras Endocrinol Metab 2003, 47(3):220-
17. Snow V, Barry P, Fitterman N, Qaseem A, Weiss K. Pharmacologic and
surgical management of obesity in primary care: a clinical practice
Vasques F, Martins FC, Azevedo AP. Aspectos psiquiátricos do tratamento
guideline from the American College of Physicians. Annals of Internal
da obesidade. Rev. Psiq. Clin. 2004; 31(4):195-198.
Halpern A, Mancini MC. O tratamento da obesidade no paciente
18. McDuffie JR, Yanovski JA. Treatment of childhood and adolescent obesity.
portador de hipertensão arterial. Revista Brasileira de Hipertensão
The Endocrinologist, v. 14, n.03, 2004.
19. Hennessey J, Dobson A. Leptin as fat orchestrator. Reviews of
10. Fandiño J, Benchimol AK, Coutinho WF, Appolinário JC. Cirurgia
Undergraduate Research 2003; 2:12-18.
bariátrica: aspectos clínico-cirúrgicos e psiquiátricos. Rev. psiquiatr. Rio
20. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Rev Bras Nutr Clin 2006; 21(3):244-51
Parecer da Câmara Técnica de Medicamentos (CATEME), Brasília, Julho
patients with hypertension: a 1 year, double-blind, placebo-controlled,
de 2002. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/
multicenter trial. Arch Intern Med 2000; 160(14):2185-2191.
33. Faria AN, Ribeiro Filho FF, Lerario DD, Kohlmann N, Ferreira SR, Zanella
21. ADA. Position of the American Dietetic Association: weight management.
MT. Effects of sibutramine on the treatment of obesity in patients with
arterial hypertension. Arq Bras Cardiol 2002; 78(2):172-80.
22. SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. I diretriz brasileira de
34. Wadden TA, Berkowitz RI, Womble LG, Sarwer DB, Phelan S, Cato RK
diagnóstico e tratamento da síndrome metabólica. SBH, 2004. Disponível
et al. Randomized trial of lifestyle modification and pharmacotherapy
em <www.sbh.org.br>. Acessado em 20/01/2005.
for obesity. N Engl J Med. 2005; 353(20):2111-20.
23. Ali O. Get to grips with obesity pharmacotherapy. The pharmaceutical
rent ML, Van Der Veen EA. Lipase inhibition: a novel concept in the
treatment of obesity. Int J Obes 1993; 17:241-44.
24. Korman L. The growing epidemic of obesity. New Jersey Medicine 2002,
36. Drent ML, Larsson I, William-Olsson T, Quaade F, Von Bergmann K,
Ströbel W, et al. Orlistat (Ro 18-0647), a lipase inhibitor, in the treatment
25. Martín G, Antón S. Tratamiento farmacológico de la obesidad. Inf Ter
of human obesity; a multiple dose study. Int J Obes 1995; 19: 221-226.
37. Finer N, James WP, Kopelman PG, Lean ME, Williams G. One-year
26. Li Z, Maglione M, Tu W, Mojica W, Arterburn D, Shugarman LR, et al.
treatment of obesity: a randomized, double-blind, placebo-controlled,
Meta-analysis: pharmacologic treatment of obesity. Ann Intern Med 2005;
multicentre study of orlistat, a gastrointestinal lipase inhibitor. Int J Obes
Relat Metab Disord 2000; 24(3):306-13.
27. Ozakan Y, Akdere T, Dönder M. Effects of sibutramine use on weight ,
38. Davidson MH, Hauptman J, DiGirolamo M, Foreyt JP, Halsted CH, Heber
body mass index , waist/hip ratio, and blood lipid parameters, compared
D, et al. Weight control and risk factor reduction in obese subjects
to placebo, in obese individuals.Turkish Journal of endocrinology and
treated for 2 years with orlistat: A randomized controlled trial. JAMA
28. Halpern A, Leite CC, Herszkowicz N, Barbato A, Costa APA. Evaluation
39. Rossner S, Sjostrom L, Noack R, Meinders AE, Noseda G. Weight loss,
of efficacy, realiability, and tolerability of sibutramine in obese patients,
weight maintenance, and improved cardiovascular risk factors after 2
with an echocardiographic study. Rev Hosp Clin 2002; 57(3): 98-102.
years treatment with orlistat for obesity. Obesity Research 2000;
29. Cuellar GE, Ruiz AM, Monsalve MC, Berber A. Six-month treatment of
obesity with sibutramine 15 mg; a double-blind, placebo-controlled
40. Hill JO, Hauptman J, Anderson JW, Fujioka K, O’Neil PM, Smith DK, et
monocenter clinical trial in a hispanic population. Obesity Research
al. Orlistat, a lipase inhibitor, for weight maintenance after conventional
dieting: a 1-y study. Am J Clin Nutr 1999; 69:1108-16.
30. James WP, Astrup A, Finer N, Hilsted J, Kopelman P, Rössner S, et al.
41. Torgerson JS, Hauptman J, Boldrin MN, Siostrom L. Xenical in the
Effect of sibutramine on weight maintenance after weight loss: a
prevention of diabetes in obese subjects (XENDOS) study. Diabetes
randomised trial. Lancet 2000; 356:2119-25.
31. Porter JA, Raebel MA, Conner DA, Lanty FA, Vogel EA, Gay EC, et al. The long-
42. Halpern A, Monegaglia AP, Oliva ABG, Beyruti M, Halpern ZS, Mancini
term outcomes of sibutramine effectiveness on weight (LOSE weight)
MC. Experiência Clínica com o uso conjunto de sibutramina e orlistat
study: Evaluation the role of drug therapy within a weight management
em pacientes obesos. Arq Bras Endocrinol Metab 2000; 44: 103-05.
program in a group-model health maintenance organization. The American
43. Wadden TA, Berkowitz RI, Womble LG, Sarwer DB, Arnold ME, Steinberg
Journal of Managed Care 2004; 10 (6): 369-76.
CM. Effects of sibutramine plus orlistat in obese women following 1
32. Mc Mahon FG, Fujioka K, Singh BN, Mendel CM, Rowe E, Rolston K, et
year of treatment by sibutramine alone: a placebo-controlled trial. Obes
al . Efficacy and safety of sibutramine of obese white and African American
Sewage Sludge Contents / Tip of Iceberg Heavy Metals, Pathogens, Synthetic Chemicals, Hydrocarbons, Petrochemicals & Organochlorines, Pharmaceuticals, Steroids & Hormones. This list of contents represents only the “tip of the iceberg” of toxics concentrated in sewage sludge. Federal and most state and local land application regulations limit concentrations of only nine heavy me
MATERIAL SAFETY DATA SHEET Finished Product. SECTION 1 – CHEMICAL SUBSTANCE/PRODUCT AND COMPANY IDENTIFICATION Finished Product Name : Natural Instincts for Men This product is sold as a three component kit: Natural Instincts Colorant, Natural Instincts Developing Lotion & Natural Instincts Color Conditioning Treatment. • Natural Instincts Colorant Shades M3 (95171528),